Há cerca de 717 milhões de anos, a Terra testemunhou uma era do gelo extrema, a maior já registrada em sua história. Cientistas da Universidade de Sydney conduziram uma pesquisa inovadora, utilizando simulações dos movimentos das placas tectônicas, para desvendar o mistério por trás desse fenômeno. O estudo destaca a conexão entre as emissões vulcânicas de dióxido de carbono e a formação de uma gigantesca bola de neve que flutuou no espaço por pelo menos cinco milhões de anos.
A Grande Província Ígnea de Franklin (LIP)
No centro desse intrigante evento geológico está a Grande Província Ígnea de Franklin (LIP), que abrange o Alasca, a Groenlândia e o norte do Canadá. Essa região é caracterizada por uma combinação explosiva de extensas faixas de rochas ígneas e pontos quentes do manto terrestre, frequentemente associados a atividades vulcânicas.
Relação entre LIP de Franklin e a Glaciação Sturtiana
A formação da LIP de Franklin coincidiu com o início da glaciação sturtiana, uma era glacial que perdurou incríveis 57 milhões de anos. Utilizando o software de placas tectônicas GPlates, os pesquisadores investigaram a evolução dos continentes e bacias oceânicas após a dissolução do supercontinente Rodínia. Descobriram que a glaciação estava vinculada a níveis mais baixos de emissões vulcânicas de CO2, desencadeando um resfriamento global.
Gases de Efeito Estufa na Atmosfera durante a Glaciação Sturtiana
A ausência de animais multicelulares e plantas terrestres na Terra durante esse período levou a uma atmosfera onde a concentração de gases de efeito estufa era principalmente determinada pela liberação de CO2 vulcânico e pelos processos de intemperismo das rochas de silicato, que consomem CO2. A sedimentologista Adriana Dutkiewicz destaca que as emissões vulcânicas historicamente baixas foram potencializadas pelo desgaste de uma grande pilha de rochas vulcânicas no Canadá.
A Reorganização das Placas Tectônicas
O coautor Dietmar Müller ressalta que a era glacial sturtiana resultou de um golpe duplo: uma reorganização das placas tectônicas que praticamente zerou a desgaseificação vulcânica, ao mesmo tempo em que a LIP do Canadá começou a se erodir, consumindo ainda mais CO2 atmosférico. Esse processo reduziu os níveis de gás para menos de 200 partes por milhão, menos da metade dos níveis atuais, desencadeando a extensa glaciação.
Conclusão
A pesquisa revela que eventos geológicos e vulcânicos desempenharam um papel crucial na maior glaciação da Terra. Compartilhe essa descoberta fascinante com seus amigos nas redes sociais e continue acompanhando o Ciência Infinita para ficar atualizado sobre os estudos que exploram a evolução geológica do nosso planeta.