O início deste ano marcou um capítulo surpreendente na história sísmica do Brasil, com eventos sísmicos de considerável magnitude ocorrendo no Norte do país. Esses fenômenos, conhecidos como “sismos andinos”, originaram-se na imponente Cordilheira dos Andes, como revelado pelo renomado sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da USP.
Origem e Impacto
Bruno Collaço, responsável pela instauração da Rede Sismográfica Brasileira, esclarece que, embora os abalos tenham sua origem na Cordilheira dos Andes, seus efeitos foram sentidos no território brasileiro, causando um impacto significativo. O Jornal da USP destacou a peculiaridade desses eventos naturais, ressaltando sua magnitude.
O terremoto registrado em 21 de janeiro, com uma magnitude de 6,6 graus, abalou a cidade de Tarauacá, no Acre, tornando-se o mais intenso já registrado na história sísmica do Brasil. A profundidade dos tremores, que ultrapassou os 600 km, foi relatada pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Importante notar que, devido à considerável profundidade do evento no Acre, não foram registrados danos materiais ou ambientais, preservando a rica biodiversidade da Amazônia.
Atividade Sísmica no Brasil
Segundo o Centro de Sismologia da USP, abalos de baixa intensidade são uma ocorrência comum no Brasil. Atividades sísmicas de magnitude 2 e 3 acontecem semanalmente, em média, a uma profundidade média de 5 quilômetros. Regiões como Ceará, Rio Grande do Norte, sudeste de Minas Gerais e interior de São Paulo são notáveis por registrar esses fenômenos naturais.
Causas e Desafios
Especialistas destacam que esses terremotos são frequentemente desencadeados por pressões nas rochas da crosta terrestre, um fenômeno considerado normal. No entanto, levanta-se a possibilidade de que tremores sejam induzidos por reservatórios de hidrelétricas, embora essa hipótese seja desafiadora de comprovar. A complexidade desses eventos sísmicos adiciona uma camada de compreensão à dinâmica geológica do Brasil, sublinhando a necessidade contínua de pesquisa e monitoramento.
Conclusão
Os recentes eventos sísmicos no Norte do Brasil, especialmente o notável terremoto em Tarauacá, destacam a complexidade da atividade geológica na região. Bruno Collaço e a Rede Sismográfica Brasileira oferecem insights cruciais sobre a origem e impacto desses eventos, enquanto a comunidade científica enfrenta o desafio de compreender as causas subjacentes. À medida que o Brasil avança na compreensão de sua dinâmica sísmica, a pesquisa contínua e o monitoramento se tornam imperativos para antecipar e mitigar os possíveis impactos desses fenômenos naturais.
